Noutra vida seremos a vida toda

Desde pequena que sempre gostei de guardar e colecionar pequenas coisas, desde pedaços de papel, fotografias, bilhetes de cinema, conchas apanhadas na praia, a cartas nunca enviadas. Pequenos fragmentos do tempo que pareciam sem importância para os outros, mas que, para mim, eram como portais para momentos que nunca quis perder.

Havia, no fundo dessa caixa de recordações, um postal antigo. Um pedaço amarelado de papel que repousava esquecido entre tantas outras recordações do passado. Mas, antes de falar sobre ele, preciso contar como tudo começou.

Quando éramos crianças, eu e o Pedro éramos inseparáveis. Andávamos sempre juntos para todo o lado, de bicicleta, de mãos dadas, a inventar histórias, a desenhar o futuro com a inocência de quem acredita que tudo é para sempre. Chamávamos aquilo de amor, porque era a única palavra grande o suficiente para descrever o que sentíamos.

Tínhamos os nossos segredos e as nossas pequenas brincadeiras. A nossa rua era o mundo inteiro, o jardim da minha casa era o nosso esconderijo secreto, e a árvore centenária no parque era onde prometemos, um dia, casar. O Pedro adorava apanhar flores para me oferecer embora, na maioria das vezes, fossem apenas ervas daninhas que ele achava bonitas e eu apreciava o gesto.

Acreditávamos que nada nos podia separar. Mas a vida, sempre imprevisível, não seguiu o guião que tínhamos desenvolvido nas nossas cabeças.

O meu pai recebeu uma proposta de trabalho noutra cidade, e de um dia para o outro, o meu mundo mudou. No dia da despedida, o Pedro segurou-me a mão com mais força do que nunca.

— Vais escrever-me todos os dias? — perguntou, com os olhos brilhantes.

— Todos os dias. — prometi.

E, por um tempo, escrevemos. Mas os dias tornaram-se semanas, as semanas meses. A escola nova, os amigos novos, a vida nova foram ocupando o espaço que antes era só dele. Aos poucos, as cartas tornaram-se menos frequentes. Depois, deixaram de vir.

E assim, sem um fim definido, sem discussões ou despedidas dramáticas, o que éramos ficou apenas no passado.

Anos passaram-se e a vida aconteceu. Cresci, fiz escolhas, segui caminhos que me levaram para longe daquela rua onde fomos felizes. Até que, numa tarde banal, o acaso decidiu brincar comigo.

Tinha acabado de sair do trabalho e, como de costume, parei num café. Chovia, e entrei apressada, sentando-me num canto enquanto esperava que a tempestade abrandasse.

Foi quando ouvi uma voz familiar dizer o meu nome. Levantei os olhos e, por um instante, senti-me transportada para outra época. O Pedro estava ali, parado à minha frente, com um sorriso de espanto nos lábios.

— Não acredito… És tu? — A sua voz trazia uma mistura de surpresa e ternura.

Levantei-me num impulso e abraçámo-nos, sem pensar, sem hesitar. Sentámo-nos e começámos a falar, como se nenhum tempo tivesse passado, como se ainda fôssemos aquelas crianças a partilhar sonhos debaixo da árvore do parque.

Contou-me acerca da sua vida. Estava casado, feliz, a construir uma família. Eu, por outro lado, tinha conseguido o trabalho dos meus sonhos e sentia-me realizada. Não havia arrependimentos, não havia “e se?”. Apenas um carinho profundo que o tempo nunca conseguiu apagar.

Houve um momento em que ficámos em silêncio, apenas sorrindo um para o outro, e eu percebi que aquele instante era mágico. Não pelo que poderia ter sido, mas pelo que ainda era.

Por fim, despedimo-nos com um abraço demorado. Não trocámos promessas, não falámos de manter contacto. Apenas deixámos aquele encontro ser o que tinha de ser: um presente inesperado do destino.

Quando cheguei a casa naquela noite, senti-me inquieta. O passado, que durante anos esteve adormecido, parecia ter despertado dentro de mim.

Fui até ao meu quarto e puxei a velha caixa de recordações debaixo da cama. Revirei bilhetes antigos, fotografias, cartas dobradas com cuidado e foi então que o encontrei: um postal. Pequeno, gasto pelo tempo, mas intacto na sua essência. Peguei nele com mãos trémulas e sorri ao reconhecer a letra desajeitada do Pedro.

"Para sempre, a minha namorada. Amo-te até à lua."

Li aquelas palavras e, por um momento, fui aquela menina de novo. Vi o Pedro de bicicleta a esperar-me à porta de casa, senti o cheiro das flores que ele me oferecia, ouvi as nossas gargalhadas ecoando pelo parque.

O tempo pode ter-nos levado para caminhos diferentes, mas algumas coisas nunca mudam. Fechei a caixa com cuidado e deitei-me, deixando um pensamento pairar no ar.

Quem sabe, noutra vida, não seremos a vida toda?

A coleção que celebra o São Valentim

O Dia de São Valentim, celebrado a 14 de fevereiro, é dedicado ao amor e à amizade, mas a sua origem remonta a tempos longínquos e a histórias envoltas em mistério e romantismo. Reza a lenda que São Valentim foi um sacerdote cristão no século III, em Roma, numa época em que o imperador Cláudio II proibira os casamentos, acreditando que homens solteiros eram melhores soldados. Valentim, desafiando a autoridade, continuou a realizar casamentos em segredo, defendendo o amor e a união. A sua ousadia levou à sua prisão e, mais tarde, à sua execução. Antes de morrer, Valentim teria enviado uma mensagem assinada "do teu Valentim" a uma jovem que visitava a sua cela, dando origem à tradição de enviar cartas e presentes a quem amamos.

Com o passar dos séculos, o Dia de São Valentim tornou-se uma celebração mundial do amor em todas as suas formas, inspirando trocas de gestos carinhosos, presentes e palavras de afeto. Este espírito único de carinho e romance encontra uma representação perfeita na coleção especial da Cavallini, que celebra a essência deste dia tão especial.

A gama de São Valentim da Cavallini é uma seleção cuidadosamente desenhada para evocar a sofisticação e o charme vintage. Inspirados por designs clássicos, os produtos refletem a elegância de outras épocas e capturam a magia do romantismo. Entre os destaques da coleção, encontram-se puzzles, posters, postais e autocolantes, todos dedicados à temática de São Valentim, ideais para presentear ou decorar os seus espaços de forma criativa e apaixonada.

Cada peça da coleção é criada com atenção ao detalhe e compromisso com a qualidade, tornando-a perfeita para quem procura algo mais significativo e especial. Os puzzles, por exemplo, proporcionam momentos únicos de descontração e cumplicidade, ideais para partilhar com alguém especial. Os postais, por sua vez, mantêm viva a tradição romântica de transmitir mensagens de afeto, enquanto os autocolantes e posters acrescentam um toque encantador a qualquer celebração ou decoração.

Com a coleção de São Valentim da Cavallini, é possível reviver a magia desta data de forma única e criativa, trazendo ainda mais amor e beleza aos gestos que realmente importam. Seja um puzzle partilhado, um postal com palavras de carinho ou um poster que inspire romantismo, esta gama torna o Dia de São Valentim num momento verdadeiramente inesquecível. Celebre o amor com sofisticação, qualidade e um toque vintage inconfundível.

30 de julho de 2025
Quando me deitei, encontrei um postal debaixo da almofada. Era de um papel espesso, com um toque suave, como os de antigamente, com várias borboletas desenhadas em tons suaves de azul e dourado, quase a esvoaçar para fora da página. Tinha um aspeto antigo, mas lindíssimo, como se tivesse atravessado décadas só para me
23 de julho de 2025
Desfez o laço com uma curiosidade quase infantil e retirou um tubo redondo. Quando viu o que era, os olhos brilharam: um puzzle vintage, com uma ilustração delicada de flores silvestres, tudo em tons suaves e ligeiramente desbotados, como se o tempo tivesse passado por ele devagarinho. “É maravilhoso,” murmurou.
16 de julho de 2025
— Preciso que vás a casa. À gaveta da minha mesinha de cabeceira, do lado direito. Está lá uma bolsinha de pano, antiga… tem uns beija-flores desenhados. Traz-ma amanhã, sim?
9 de julho de 2025
Aquela tote bag que ele tinha preparado com tanto cuidado, carregava muito mais do que comida ou toalhas. Carregava o carinho dele, a paciência, a vontade de me fazer lembrar que nem todos os dias maus duram para sempre.
2 de julho de 2025
Numa tarde quente, depois de mais um dia a tentar afastar os pensamentos dos exames, a minha mãe veio fazer-me companhia no jardim, trazendo duas canecas com chá frio e sentou-se ao meu lado. Ficámos ali, no silêncio que só o verão sabe dar, enquanto eu passava os dedos pelos desenhos impressos na cerâmica.
26 de junho de 2025
Não era um caderno qualquer, este parecia saído de outra época: tinha a capa dura em tons de azul escuro, com um mapa do sistema solar desenhado na mesma, onde dava para ver as constelações e os planetas na sua órbita.
18 de junho de 2025
Estava sozinho na sala, de joelhos no tapete, com o coração quente e um sorriso que não me largava o rosto. Tinha acabado de abrir o presente que me deram pelo aniversário: um poster vintage com ilustrações de dinossauros. Daqueles à moda antiga, com nomes científicos e poses majestosas. Era bonito — não só esteticamente, mas porque me trazia de volta a um tempo que parecia distante, quando eu próprio era criança e vivia obcecado com estes gigantes do passado.
11 de junho de 2025
Entrei pela porta da frente, e logo o fresco do interior me envolveu. Fui direta à estante baixa junto à lareira. E lá estava ele, de onde nunca saiu: o tubo do puzzle.
4 de junho de 2025
Coloquei o meu avental, gasto, mas cheio de história, aquele que me acompanha desde que comecei a aprender a cozinhar, e que carrega as marcas de tantas receitas e momentos felizes.
28 de maio de 2025
Colei a nota aderente com cuidado dentro do meu livro favorito na altura: A Sombra do Vento, do Zafón. Um livro que já tinha lido três vezes e que sabia que não ia reler tão cedo. Foi o esconderijo perfeito. E assim passou o tempo.
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