O efeito da Borboleta


Nunca fui boa a lidar com a espera. A incerteza tem uma forma estranha de se entranhar em mim, como se fosse uma neblina teimosa que se recusa a ir embora. Nos últimos tempos, essa névoa tinha-se tornado ainda mais espessa e vivia tempos de nevoeiro emocional. Estava à espera de uma resposta. Uma única resposta que podia mudar tudo na minha vida: uma vaga para estudar em Florença, Itália. Um novo começo, um novo rumo, uma possibilidade que se desenhava há meses nos meus sonhos e planos e que, agora, se pendurava no fio suspenso de um e-mail por chegar.

Os dias arrastavam-se. Acordava com o coração cheio de esperança de ter recebido algum e-mail durante a noite e ia dormir com o coração apertado por nada ter acontecido. Os meus amigos diziam que tinha de ter calma, que o que tiver de ser, será, mas é fácil dizer isso quando não é o teu futuro em jogo, quando não sentes as rédeas da tua vida a escorregarem-te das mãos. Comecei a isolar-me um pouco, sem grande vontade de falar, de sair, de fazer o que quer que fosse.

Foi numa dessas manhãs cinzentas, tanto no céu como dentro de mim, que decidi ir dar uma volta ao parque. Precisava de respirar já que o ar dentro de casa estava pesado, carregado de ansiedade e silêncios. Sentei-me num banco de madeira, perto do lago, e fiquei ali. Só eu, o som das folhas e uns quantos passarinhos distraídos.

Foi então que aconteceu.

Estava com os cotovelos apoiados nos joelhos, a olhar para o chão, quando senti algo leve, quase impercetível, a tocar-me no braço. Olhei, e vi-a. Uma borboleta. Pequena, de asas cor-de-laranja com manchas pretas, perfeitamente desenhadas como se tivessem sido pintadas à mão. Estava pousada ali, como se eu fosse um ramo tranquilo de uma árvore qualquer.

Fiquei completamente imóvel, não queria assustá-la, mas mais do que isso, sentia-me, pela primeira vez em dias, serena e entusiasmada. Aquela criatura tão frágil, tão efémera, tinha escolhido confiar em mim para descansar as suas asas. No meio do meu turbilhão interno, ela viu-me como algo seguro e aquilo fez-me pensar: se até as borboletas pousam nos braços inquietos dos humanos com tamanha confiança, talvez eu também devesse confiar nos braços turbulentos do destino. Nesse instante, algo mudou dentro de mim.

Não, a angústia não desapareceu de vez, mas deixou de ser uma prisão. Passei a vê-la como parte do processo, não como o seu fim. A borboleta levantou voo pouco depois, como se tivesse cumprido a sua missão e eu voltei para casa diferente, mais leve, com a imagem daquele pequeno milagre gravada em mim.

As borboletas, desde então, passaram a ter um significado especial para mim. Tornaram-se símbolo de esperança, de rendição ao que tem de vir, de beleza que pousa quando menos esperamos.

Dias depois, recebi a resposta. Era um "sim". Fui aceite e Florença tornou-se realidade.

Já instalada na minha nova vida italiana, um dia estava a passear pelas ruelas do centro quando vi uma pequena loja de artigos vintage e entrei sem pensar. Lá dentro, numa prateleira de madeira envelhecida, vi um mini puzzle com uma ilustração vintage de várias borboletas. Cores suaves, nomes científicos escritos com letras delicadas, e um fundo amarelecido pelo tempo. Soube logo que o queria para mim, não pelo puzzle em si, mas pelo que representava.

Montei-o numa tarde de domingo e depois, emoldurei-o. Está agora pendurado por cima da secretária onde estudo todos os dias. É o meu lembrete diário daquele parque, daquele toque leve no braço, daquela confiança que, um dia, uma borboleta me ensinou a ter.

E assim, mesmo longe de casa, sinto que carrego comigo aquela pequena epifania. Que há beleza nos instantes breves e que, por vezes, tudo o que precisamos para acreditar é que algo ou alguém nos escolha, mesmo quando estamos prestes a desistir de nós próprios.


Mini Puzzles Vintage de 240 Peças


A Cavallini & Co. é reconhecida pela sua vasta gama de artigos de papelaria, decoração e gift, todos com um traço comum: a elegância, intemporalidade e uma deliciosa dose de nostalgia. Estas características definem a nossa essência, que se destaca pelo design clássico, retirado diretamente dos nossos arquivos Cavallini. Todas as coleções são pontuadas por ilustrações botânicas, mapas antigos, guias vintage e outros elementos gráficos que evocam uma sensação única de charme e sofisticação.

Entre os muitos tesouros que guardamos, os puzzles têm vindo a conquistar um lugar especial no coração dos aficionados da marca, e não é difícil perceber porquê. Após trazermos os puzzles de 1000 peças, acabamos de expandir a nossa gama com uma novidade encantadora: os Mini Puzzles de 240 peças!

Estes novos puzzles mantêm todo o carácter visual que já conhece: ilustrações vintage e impressionantes, impressão de alta qualidade, atenção ao detalhe, mas agora num formato mais compacto, perfeito para quem quer uma experiência mais rápida, sem abdicar do prazer de montar uma obra de arte.

Com cerca de metade da altura dos modelos clássicos, os Mini Puzzles mantêm o mesmo tamanho de peça e vêm acondicionados num belo tubo, com direito a um póster guia incluído. Práticos e portáteis, são ideais para levar numa escapadinha de fim de semana, resolver numa tarde ou oferecer como presente criativo.

O toque final? Os designs continuam a ser os protagonistas, cheios de cor, história e personalidade, como só a Cavallini sabe fazer.

Bora resolver um mini-puzzle?



30 de julho de 2025
Quando me deitei, encontrei um postal debaixo da almofada. Era de um papel espesso, com um toque suave, como os de antigamente, com várias borboletas desenhadas em tons suaves de azul e dourado, quase a esvoaçar para fora da página. Tinha um aspeto antigo, mas lindíssimo, como se tivesse atravessado décadas só para me
23 de julho de 2025
Desfez o laço com uma curiosidade quase infantil e retirou um tubo redondo. Quando viu o que era, os olhos brilharam: um puzzle vintage, com uma ilustração delicada de flores silvestres, tudo em tons suaves e ligeiramente desbotados, como se o tempo tivesse passado por ele devagarinho. “É maravilhoso,” murmurou.
16 de julho de 2025
— Preciso que vás a casa. À gaveta da minha mesinha de cabeceira, do lado direito. Está lá uma bolsinha de pano, antiga… tem uns beija-flores desenhados. Traz-ma amanhã, sim?
9 de julho de 2025
Aquela tote bag que ele tinha preparado com tanto cuidado, carregava muito mais do que comida ou toalhas. Carregava o carinho dele, a paciência, a vontade de me fazer lembrar que nem todos os dias maus duram para sempre.
2 de julho de 2025
Numa tarde quente, depois de mais um dia a tentar afastar os pensamentos dos exames, a minha mãe veio fazer-me companhia no jardim, trazendo duas canecas com chá frio e sentou-se ao meu lado. Ficámos ali, no silêncio que só o verão sabe dar, enquanto eu passava os dedos pelos desenhos impressos na cerâmica.
26 de junho de 2025
Não era um caderno qualquer, este parecia saído de outra época: tinha a capa dura em tons de azul escuro, com um mapa do sistema solar desenhado na mesma, onde dava para ver as constelações e os planetas na sua órbita.
18 de junho de 2025
Estava sozinho na sala, de joelhos no tapete, com o coração quente e um sorriso que não me largava o rosto. Tinha acabado de abrir o presente que me deram pelo aniversário: um poster vintage com ilustrações de dinossauros. Daqueles à moda antiga, com nomes científicos e poses majestosas. Era bonito — não só esteticamente, mas porque me trazia de volta a um tempo que parecia distante, quando eu próprio era criança e vivia obcecado com estes gigantes do passado.
11 de junho de 2025
Entrei pela porta da frente, e logo o fresco do interior me envolveu. Fui direta à estante baixa junto à lareira. E lá estava ele, de onde nunca saiu: o tubo do puzzle.
4 de junho de 2025
Coloquei o meu avental, gasto, mas cheio de história, aquele que me acompanha desde que comecei a aprender a cozinhar, e que carrega as marcas de tantas receitas e momentos felizes.
28 de maio de 2025
Colei a nota aderente com cuidado dentro do meu livro favorito na altura: A Sombra do Vento, do Zafón. Um livro que já tinha lido três vezes e que sabia que não ia reler tão cedo. Foi o esconderijo perfeito. E assim passou o tempo.
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