Tal pai, tal filho!


Estava sozinho na sala, de joelhos no tapete, com o coração quente e um sorriso que não me largava o rosto. Tinha acabado de abrir o presente que me deram pelo aniversário: um poster vintage com ilustrações de dinossauros. Daqueles à moda antiga, com nomes científicos e poses majestosas. Era bonito — não só esteticamente, mas porque me trazia de volta a um tempo que parecia distante, quando eu próprio era criança e vivia obcecado com estes gigantes do passado.

Com cuidado, coloquei o poster dentro de uma moldura simples de madeira clara. Era o sítio certo para ele. Decidi pendurá-lo por cima do aparador da sala, entre as plantas e os livros, onde pudesse vê-lo todos os dias. O martelo ressoou suavemente na parede. Olhei para o poster, já pendurado, com um certo orgulho. Lá estavam eles: o imponente Brontosaurus, o gentil Protorosaurus, o escamoso Stegosaurus.

Ouvi passos pequeninos atrás de mim. Era o Tomás, o meu filho de quatro anos, com os caracóis todos despenteados e os olhos ainda inchados de quem acabou de acordar da sesta.

— Pai… o que é isso? — perguntou, esfregando os olhos.

— É um poster de dinossauros! Ofereceram-me no meu aniversário. Gostas?

Ele olhou fixamente para a parede e depois para mim, com um ar apreensivo.

— São… assustadores. Eu não gosto deles…

Sentei-me no chão, ao nível dele, e puxei-o suavemente para o meu colo.

— Sabes, filho, os dinossauros não são para ter medo. Eles viveram há muitoooo tempo. Nem sequer existiam pessoas. Estamos a falar de milhões e milhões de anos atrás. Hoje, só existem os fósseis, são os ossos que ficaram enterrados e que os cientistas escavaram.

Ele encostou-se ao meu peito, ainda de olhar colado ao poster.

— Mas parecem mesmo reais… — murmurou, sem tirar os olhos do Brontosaurus.

— Sabes quem é aquele ali? — apontei para o maior do poster, com o pescoço comprido — É o Brontosaurus. Um dos meus preferidos. Era gigante, mas muito pacífico. Comia só plantas, como folhas das árvores mais altas.

— E aquele… com escamas nas costas?

Sorri.

— Esse é o Stegosaurus. Tinha aquelas placas espetadas ao longo das costas e um rabo cheio de espinhos. Usava-o para se defender de predadores. Também era herbívoro. E vê aquele ali no cantinho… o Protorosaurus. É um dos dinossauros mais antigos que se conhece. Pequeno, ágil e curioso, como tu!

— O Pro… torossauro? — repetiu devagar.

— Protorosaurus. Um nome difícil, não é? Mas vais ver que aprendes. Era mais pequeno que os outros e vivia perto de rios e florestas húmidas, há mais de 250 milhões de anos. Imaginas isso?

— Tantos anos… — sussurrou, como se fosse magia.

— E imagina: não havia casas, nem carros, nem pessoas. Só natureza selvagem e estes animais incríveis. Alguns comiam plantas, outros carne. Alguns tinham penas, outros escamas. E os cientistas conseguiram descobrir tudo isso estudando os fósseis.

Ele olhou de novo para o poster, desta vez com outra expressão. Mais curiosa do que assustada.

— E os dinossauros falavam?

— Não como nós. Mas deviam fazer sons — talvez rugidos, grunhidos, ou até chamamentos, como os elefantes fazem. Alguns paleontólogos pensam que o Brontosaurus usava o seu longo pescoço para emitir sons graves que se ouviam a quilómetros.

O Tomás saltou para o meu colo e ficou em silêncio uns segundos.

— Pai… podemos ver um filme de dinossauros?

— Podemos, claro. E depois mostro-te um livro que o avô me ofereceu quando eu era pequeno. Tem ilustrações e histórias de cada um. E um dia destes levamos a mãe ao museu e vemos um esqueleto verdadeiro.

Ele sorriu, e eu soube ali que tinha plantado uma semente.


Pósters Cavallini


Os posters vintage da Cavallini são muito mais do que meros elementos decorativos, são artigos que evocam nostalgia e elegância, conferindo um carácter único a qualquer espaço. Cada poster é impresso com a qualidade irrepreensível e o cuidado artesanal que distinguem a marca, capturando a essência de outras épocas através de ilustrações minuciosas e materiais premium.

Perfeitos para quem procura transformar ambientes com autenticidade e personalidade, os posters Cavallini combinam sofisticação clássica com um estilo visual intemporal.

A coleção abrange uma vasta gama de temas, pensada para agradar a todos os gostos. Inspirados nos arquivos históricos da marca, os posters exploram universos tão variados como a botânica, a zoologia, a cartografia e a cultura visual antiga. Seja através dos encantadores posters de animais, das elegantes representações de plantas e flores, ou dos pormenorizados posters de natureza, cada peça é uma celebração do detalhe e da história, ideal para enriquecer qualquer divisão com charme e originalidade.




13 de agosto de 2025
Hoje, o caderno da Matilde está guardado na minha mesa de cabeceira. Às vezes abro-o, quando me sinto longe de mim. Quando esqueço quem fui naquele verão. E cada vez que o leio, lembro-me: fomos felizes ali.
6 de agosto de 2025
E, às vezes, ainda volto a abrir a caixa onde guardei as notas aderentes daquele verão. Só para me lembrar do que sou e do que a minha mãe me ensinou, com um gesto simples e um coração cheio.
30 de julho de 2025
Quando me deitei, encontrei um postal debaixo da almofada. Era de um papel espesso, com um toque suave, como os de antigamente, com várias borboletas desenhadas em tons suaves de azul e dourado, quase a esvoaçar para fora da página. Tinha um aspeto antigo, mas lindíssimo, como se tivesse atravessado décadas só para me
23 de julho de 2025
Desfez o laço com uma curiosidade quase infantil e retirou um tubo redondo. Quando viu o que era, os olhos brilharam: um puzzle vintage, com uma ilustração delicada de flores silvestres, tudo em tons suaves e ligeiramente desbotados, como se o tempo tivesse passado por ele devagarinho. “É maravilhoso,” murmurou.
16 de julho de 2025
— Preciso que vás a casa. À gaveta da minha mesinha de cabeceira, do lado direito. Está lá uma bolsinha de pano, antiga… tem uns beija-flores desenhados. Traz-ma amanhã, sim?
9 de julho de 2025
Aquela tote bag que ele tinha preparado com tanto cuidado, carregava muito mais do que comida ou toalhas. Carregava o carinho dele, a paciência, a vontade de me fazer lembrar que nem todos os dias maus duram para sempre.
2 de julho de 2025
Numa tarde quente, depois de mais um dia a tentar afastar os pensamentos dos exames, a minha mãe veio fazer-me companhia no jardim, trazendo duas canecas com chá frio e sentou-se ao meu lado. Ficámos ali, no silêncio que só o verão sabe dar, enquanto eu passava os dedos pelos desenhos impressos na cerâmica.
26 de junho de 2025
Não era um caderno qualquer, este parecia saído de outra época: tinha a capa dura em tons de azul escuro, com um mapa do sistema solar desenhado na mesma, onde dava para ver as constelações e os planetas na sua órbita.
11 de junho de 2025
Entrei pela porta da frente, e logo o fresco do interior me envolveu. Fui direta à estante baixa junto à lareira. E lá estava ele, de onde nunca saiu: o tubo do puzzle.
4 de junho de 2025
Coloquei o meu avental, gasto, mas cheio de história, aquele que me acompanha desde que comecei a aprender a cozinhar, e que carrega as marcas de tantas receitas e momentos felizes.
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