Este é o meu Pai!

O meu pai é um homem de contrastes. Desapacientado com quase tudo, mas com uma paciência infinita para me ouvir falar sobre plantas. Mesmo quando lhe descrevo, com entusiasmo, as diferenças entre as várias suculentas que tenho, ele acena com a cabeça e faz perguntas. Sei que, na verdade, não percebe nem metade, mas gosto de acreditar que tenta.

Não gosta de hambúrgueres. Diz que não sabe o que as pessoas veem neles, mas quando me apetece fast food, senta-se comigo no restaurante, examina o menu como se fosse um crítico gastronómico e acaba sempre por pedir qualquer coisa. Nunca reclama, apenas sorri, como quem diz: "Pelo menos estou aqui contigo."

O meu pai não vê séries. Gosta do telejornal, dos debates políticos, das notícias do mundo. Mas quando eu me afundo no sofá e ligo a minha série favorita, ele não sai. Fica ali, a fazer-me companhia, a fingir que não está interessado, até que, sem dar por isso, começa a perguntar quem é quem e o que está a acontecer. Depois, quando chega a hora de ver o telejornal, olha-me e diz: "Agora é a minha vez."

Ele e a tecnologia são como água e azeite. Não se misturam. Mas, mesmo assim, está sempre atrás de mim para lhe ensinar a postar uma foto no Facebook, mudar o fundo do telemóvel ou enviar um e-mail. Quando finalmente consegue, sorri com orgulho, como se tivesse desvendado um grande mistério. No dia seguinte, esquece tudo e volta a perguntar.

Na cozinha, o meu pai reina. Adora cozinhar e experimenta receitas novas com o entusiasmo de um chef Michelin. Usa sempre um avental com cogumelos que lhe ofereci no aniversário, numa loja de artigo vintage, como ele. Diz que é o seu favorito e eu acredito, porque nunca vi usar outro.

Aos domingos de manhã, pega na bicicleta e sai para pedalar. Diz que é para se exercitar, mas acho que é a sua forma de encontrar um momento de paz. Às vezes, convida-me para ir com ele. Nem sempre digo que sim, mas quando o faço, ele sorri de lado, sem dizer nada, apenas contente por ter companhia.

O meu pai adora futebol, churrascos e comprar novas ferramentas — mesmo que já tenha mil iguais. "Nunca se sabe quando se vai precisar," justifica-se. E sempre que há um jogo importante, transforma a sala num estádio, com comentários, previsões e críticas que, segundo ele, fariam qualquer treinador arredar o pé.

Gosta de dar bons conselhos, daqueles que só fazem sentido mais tarde. Mas também sabe fugir deles: "Pergunta à tua mãe" é a resposta para qualquer decisão importante. E quando algo corre mal, lá vem o inevitável "Eu avisei-te" ou o nostálgico "No meu tempo não havia nada disso". Ele é amigo, doce, rabugento, irrequieto, amoroso. Reclamão, mas preocupado. Pragmático, mas sentimental. O meu pai pode ser tudo isso e mais um pouco, mas para mim, ele será sempre o melhor pai do mundo.

Um pouco sobre história do Dia do Pai

A tradição de homenagear os pais tem raízes antigas, mas a versão moderna do Dia do Pai começou a ganhar destaque no início do século XX, sobretudo nos Estados Unidos.

Há mais de 4.000 anos, já existiam registos de homenagens aos pais na Antiga Babilónia. Segundo a tradição, um jovem chamado Elmesu esculpiu numa tábua de argila uma mensagem de saúde e longa vida para o seu pai.

Na Roma Antiga, os pais também eram celebrados, principalmente entre as famílias nobres, em festividades dedicadas aos ancestrais. Contudo, não se tratava de uma comemoração universal, mas sim de rituais específicos dentro de cada família.

A origem da celebração moderna, tal como a conhecemos hoje, remonta ao início do século XX, nos Estados Unidos. A versão mais conhecida desta história aconteceu em 1910, quando Sonora Smart Dodd, filha de um veterano da Guerra Civil Americana, decidiu homenagear o seu pai, William Jackson Smart. Ele criou sozinho os seus seis filhos após a morte da esposa, e Sonora acreditava que os pais também mereciam um dia especial, assim como as mães já tinham o Dia da Mãe.

A primeira celebração oficial aconteceu a 19 de junho de 1910, no estado de Washington. Com o tempo, a tradição espalhou-se pelo país e, em 1972, o presidente Richard Nixon oficializou o Dia do Pai como feriado nacional, a ser celebrado no terceiro domingo de junho.

Ao contrário dos EUA, onde a data foi escolhida por razões históricas, em países de tradição católica, como Portugal, Espanha e Itália, o Dia do Pai celebra-se a 19 de março, data dedicada a São José, pai adotivo de Jesus e símbolo de paternidade e proteção.

Neste dia, é comum oferecer presentes, preparar surpresas, almoçar em família e, nas escolas, as crianças fazem trabalhos manuais para oferecer aos pais, tornando a celebração ainda mais especial.

30 de julho de 2025
Quando me deitei, encontrei um postal debaixo da almofada. Era de um papel espesso, com um toque suave, como os de antigamente, com várias borboletas desenhadas em tons suaves de azul e dourado, quase a esvoaçar para fora da página. Tinha um aspeto antigo, mas lindíssimo, como se tivesse atravessado décadas só para me
23 de julho de 2025
Desfez o laço com uma curiosidade quase infantil e retirou um tubo redondo. Quando viu o que era, os olhos brilharam: um puzzle vintage, com uma ilustração delicada de flores silvestres, tudo em tons suaves e ligeiramente desbotados, como se o tempo tivesse passado por ele devagarinho. “É maravilhoso,” murmurou.
16 de julho de 2025
— Preciso que vás a casa. À gaveta da minha mesinha de cabeceira, do lado direito. Está lá uma bolsinha de pano, antiga… tem uns beija-flores desenhados. Traz-ma amanhã, sim?
9 de julho de 2025
Aquela tote bag que ele tinha preparado com tanto cuidado, carregava muito mais do que comida ou toalhas. Carregava o carinho dele, a paciência, a vontade de me fazer lembrar que nem todos os dias maus duram para sempre.
2 de julho de 2025
Numa tarde quente, depois de mais um dia a tentar afastar os pensamentos dos exames, a minha mãe veio fazer-me companhia no jardim, trazendo duas canecas com chá frio e sentou-se ao meu lado. Ficámos ali, no silêncio que só o verão sabe dar, enquanto eu passava os dedos pelos desenhos impressos na cerâmica.
26 de junho de 2025
Não era um caderno qualquer, este parecia saído de outra época: tinha a capa dura em tons de azul escuro, com um mapa do sistema solar desenhado na mesma, onde dava para ver as constelações e os planetas na sua órbita.
18 de junho de 2025
Estava sozinho na sala, de joelhos no tapete, com o coração quente e um sorriso que não me largava o rosto. Tinha acabado de abrir o presente que me deram pelo aniversário: um poster vintage com ilustrações de dinossauros. Daqueles à moda antiga, com nomes científicos e poses majestosas. Era bonito — não só esteticamente, mas porque me trazia de volta a um tempo que parecia distante, quando eu próprio era criança e vivia obcecado com estes gigantes do passado.
11 de junho de 2025
Entrei pela porta da frente, e logo o fresco do interior me envolveu. Fui direta à estante baixa junto à lareira. E lá estava ele, de onde nunca saiu: o tubo do puzzle.
4 de junho de 2025
Coloquei o meu avental, gasto, mas cheio de história, aquele que me acompanha desde que comecei a aprender a cozinhar, e que carrega as marcas de tantas receitas e momentos felizes.
28 de maio de 2025
Colei a nota aderente com cuidado dentro do meu livro favorito na altura: A Sombra do Vento, do Zafón. Um livro que já tinha lido três vezes e que sabia que não ia reler tão cedo. Foi o esconderijo perfeito. E assim passou o tempo.
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